Para o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, quando o ainda ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro sentou-se em entrevista coletiva para apresentar os motivos do seu pedido de demissão do governo Bolsonaro, o ex-juiz além de ter atacado e apontado crimes cometidos pelo presidente da República Jair Bolsonaro, acabou prevaricando. É a opinião do criminalista que foi publicada na tarde desta sexta-feira (24/04) em artigo no site Poder 360.
Kakay afirma que a posição de Moro é de uma “gravidade sem precedentes” mas reconhece que o ex-juiz teve um momento de “pretensa dignidade” ao direcionar acusações ao seu ex-chefe e “revelar ao Brasil a forma de atuação subterrânea do presidente”. Mas na sequência indica que “na verdade o ex-ministro prevaricou”.
No entendimento do criminalista, quando Moro apresenta suas justificativas, deixando claro que o presidente queria que a cooperação do ex-ministro para obstruir a Justiça e “ter um diretor-geral para chamar de seu”, Kakay questiona: “o que mais teria o presidente pedido ao ex-ministro Moro e que este, para não confessar seus próprios crimes, deixou de revelar? Ocorre que, talvez por simples despreparo e falta de conhecimento jurídico, Moro admitiu, no mínimo, a prevaricação”, pontuou.
Endossou que o discurso de Moro foi praticamente uma delação e rememorou que Moro “chegou a elogiar a postura do ex-presidente Lula, que sempre agiu dando completa autonomia a PF”. “E, no começo de seu discurso delatório, tentou, titubeante, algo que pudesse ficar de herança como feito do Ministério sob sua gestão. Não conseguiu elencar nada, absolutamente nada. O prevaricador era um inepto”, disparou.
Processo de impeachment é inevitável
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Em seu texto, o advogado criminalista também dispara contra o presidente da República. Na visão de Kakay o impeachment é inevitável. A interferência de Bolsonaro na PF equivale a um “golpe de estado”. “Não resta outra alternativa senão dar sequência a esta gravíssima acusação feita pelo ex-ministro. O impeachment é a única saída pois o afastamento do presidente se faz inexorável. As investigações sobre o presidente e sua família têm que ser preservadas. Resta a todos acompanhar os desdobramentos desta grande crise.”, pontuou.
Os contornos desse episódio ainda serão conhecidos. Kakay afirma que a ‘delação premiada’ de Moro apenas começou. “E disto ele entende, ele e a força tarefa que ele comandava. O país espera ansioso”, elencou.