Foto: Claudivino Antunes/Aparecida de Goiânia
Um estudo de cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), publicado na revista científica PLOS, demonstra que o avanço da destruição do Cerrado está diretamente ligado ao aumento do número de casos de dengue na região. O trabalho mostra que, se o ritmo do desmatamento continuar semelhante ao atual, em 2030 toda a área do Cerrado terá um aumento considerável dos casos da doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, de origem africana.
“O aumento dos casos de dengue está relacionado à redução da cobertura vegetal do Cerrado”, afirma o engenheiro florestal Arlindo Ananias Pereira da Silva, da Unesp, principal autor do estudo. “Se não houver política pública específica e regionalizada, algumas regiões vão ter um impacto muito grande “
O Estado de maior preocupação é Minas Gerais. Dos atuais 2,2 mil casos por 100 mil habitantes, estima-se que os registros da doença pulariam para 4 mil por 100 mil habitantes. Para impedir que a projeção se concretize, alertam os cientistas, o País terá de controlar o desmate e adotar políticas ambientais e de saúde pública.
Em 2020, houve em todo o mundo 2,7 milhões de casos de dengue. Desse total, 36,5% foram no Brasil. Mais da metade foi registrada no Cerrado. De 2008 a 2019, a dengue matou 6,4 mil pessoas em território brasileiro.
Desmate e monocultura
O avanço do Aedes aegypti em áreas tropicais é relacionado à urbanização, sobretudo em cidades sem infraestrutura de saneamento básico. A perda do hábitat e a redução de predadores naturais “empurra” o inseto para áreas urbanizadas, espalhando a dengue.
“Quando o mosquito está inserido em ambiente florestal, há meios de controle, com os predadores e também por conta da cobertura vegetal, o microclima”, explica o pesquisador. “Com o desmatamento e a monocultura, você aumenta as temperaturas, amplia a oferta de alimento e reduz os predadores naturais; isso é tudo o que o mosquito quer para se reproduzir.”
O Cerrado ocupava originalmente pouco mais de 20% do território brasileiro. Mas, desde o início dos anos 1970, sofre grande pressão do agronegócio, intensificada nos anos posteriores. Desde 2005, segundo o trabalho, a taxa de desmatamento vinha diminuindo. Mas em 2020 houve um aumento de 13,2% em comparação ao ano anterior. Atualmente, o bioma concentra a maior parte da produção agropecuária do País.
Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma que mais sofreu alterações por causa da ocupação humana. É considerado um dos 25 ecossistemas do planeta em alto risco de extinção. Atualmente, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), restam aproximadamente 34% da área original do Cerrado. Cientistas mais pessimistas afirmam que, até 2030, o ecossistema pode estar totalmente destruído.
Por Roberta Janssen/Estadão Conteúdo (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)
O Plenário do Senado aprovou o uso de recursos dos fundos constitucionais de financiamento regional…
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado elegeu o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO)…
Em ato na em São Paulo que reuniu sete governadores e milhares de manifestantes pediram…
Os contribuintes têm três opções para fazer a declaração do Imposto de Renda 2025: pelo programa para…
Com a nova modalidade de crédito consignado criada pelo governo federal, voltada para trabalhadores da…
A secretária da Educação, Fátima Gavioli, reuniu-se na quinta-feira (03/04) com o diretor-geral da Fundação…
Este site usa cookies para aperfeiçoar a navegação