Nas últimas duas eleições, em 2016 e 2018, a presença das redes sociais deu uma nova cor à corrida eleitoral. Os recentes casos de sucesso de algumas campanhas no ambiente digital ajudaram a criar dois mitos que estão dificultando o andamento dos pré-candidatos em relação ao resultado que desejam. O primeiro deles é “vou vencer as eleições nas redes sociais”.
Se a pessoa não é um fenômeno das redes sociais, certamente não será por lá que ela vai vencer. Vejamos, o voto do vereador é o voto de uma minoria da população. Chamamos de voto proporcional justamente por isso. Sendo assim, o principal foco deste pré-candidato é encontrar esse grupo. Com certeza essa minoria mora ao lado, é presencial. Por isso a formação e gerenciamento de uma rede de relacionamento desse tipo é fundamental.
A pergunta para se iniciar uma pré-campanha é simples: Quem são as pessoas que gostam de mim? A resposta a essa pergunta é incrivelmente reveladora e começa a pavimentar toda a estratégia do pré-candidato. A segunda pergunta, que dará um alcance incrível, é: Quais as pessoas que podem vir a gostar de mim? Observe que as redes sociais só vão entrar no contexto bem depois de serem realizados os contatos um a um.
O segundo mito é “essa é a eleição do Instagram e Facebook”. Se fosse pra definir uma rede protagonista, decididamente seria a eleição do WhatsApp. O Instagram, por exemplo, é uma forma de comunicação onde você depende que alguém simplesmente resolva te conhecer melhor e vá até lá de forma espontânea. Com o WhatsApp, o contato um a um é muito melhor e a plataforma permite que você organize sua campanha através do smartphone, ao usar as “Listas de Transmissão Inteligentes”. Com elas, é possível falar com um grande número de pessoas sem perder o contato individual.
Aqueles pré-candidatos que pretendem surpreender nas eleições devem focar em estratégias simples e assertivas. Já os partidos devem investir em qualificar as nominatas, proporcionando treinamentos que façam desses candidatos postulantes reais a uma vitória nas urnas. A motivação é um fator determinante.
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É possível observar um desânimo nas nominatas de vereadores por todo o país. O pré candidato está perdido. Nos tempos de Covid-19, ele não pode simplesmente ir até a rua. Com a impossibilidade de fazer reuniões com muitas pessoas, o candidato entra em uma espécie de “depressão eleitoral”, que é normal que aconteça durante a campanha. Porém, ela é tratada com o movimento. Sem movimento, os momentos de dúvida vão assumindo o controle.
O remédio é simples, foco no propósito e planejamento. Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, é possível trilhar um caminho de sucesso no pleito eleitoral. Entretanto, é necessário lembrar sempre que as redes sociais, sozinhas, não vão te levar a vitória. A campanha começa ao seu lado.
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* Osmar Bria é especialista em Análise Comportamental, master political coach, presidente da Sociedade Brasileira de Alta Performance (SBAP) e autor dos livros “A Fórmula do Voto” e “Mulher, Emoção e Voto”. Realiza treinamentos com partidos e candidatos de todo o país, com foco na metodologia dos livros.