O dono de uma indústria de tijolos e telhas que aparece em um vídeo pedindo para seus funcionários votarem no presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições, foi multado em mais de R$ 150 mil. O empresário reúne seus colaboradores e garante R$ 200 a cada um para que eles votem no presidente.
Aos funcionários, o patrão alega que caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar as eleições, ele será obrigado a fechar as empresas que possui.
“Eu tenho uma proposta pra fazer para todo mundo: Gleidsson [um colaborador], vai pegar o nome de vocês, de todo mundo, tanto faz fichado, carteira assinada, sem carteira, carregador de caminhão, motorista de caminhão, todo mundo que tiver aqui ouvindo, quem quiser dar o nome, e se o presidente ganhar eleição, cada um vai ter R$ 200 no bolso logo no outro dia de manhã. Tá bom, pessoal?”, finaliza.
“Eu sei que nem todo mundo é Lula aqui. Não sei se tá dividido metade com metade. Só sei que a gente tem que se unir para que Lula não ganhe. Sabe por quê? Porque se Lula ganhar, vocês podem ter certeza que mais da metade das cerâmicas de São Miguel vai fechar. Eu sou um que se ele ganhar, eu vou fechar as três cerâmicas que eu tenho porque ninguém vai aguentar o pepino que vem”, ressalta o patrão.
Conforme o site UOL, o empresário firmou um Termo de Ajuste de Conduta proposto pelo Ministério Público do Trabalho do Pará (MPT) e terá que cumprir alguns requerimentos como:
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- Indenização de R$ 150 mil por dano moral coletivo — R$ 50 mil serão para campanha de conscientização política a empregadores, e R$ 100 mil para projetos sociais;
- Pagamento de R$ 2 mil a cada um dos empregados, com vínculo formal ou informal;
- Assinar as carteiras de trabalho dos funcionários sem registro e fornecer equipamentos de proteção individual (EPI) adequados;
- Divulgar, em até 48 horas, um vídeo se retratando à sociedade;
- Não constranger ou ameaçar os funcionários a votar em quaisquer candidatos; nem incentivar empresários de outros setores a fazer isso.
Ainda de acordo com o portal, o empresário foi indiciado por conduta relacionada a crime eleitoral, e a Auditoria Fiscal do Trabalho emitiu vários autos de infração por falta de uso de EPI e registro irregular dos funcionários.