Política • atualizado em 26/01/2023 às 03:00

De Nutella a Rivotril, mais gastos de Bolsonaro com cartão corporativo são revelados

Bolsonaro em uma de suas motociatas. (Foto: reprodução)
Bolsonaro em uma de suas motociatas. (Foto: reprodução)

O ex-presidente gastou muito com diversas coisas; entenda se isso podia ser feito ou não

Conforme os dias vão passando, mais detalhes sobre os R$ 27 milhões gastos de Bolsonaro, feitos com o cartão corporativo da presidência, vão surgindo. Desta vez, o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, mostrou que parte destes milhões foram para compras de supermercado, produtos de higiene, remédios, lanches para cabos eleitorais em motociatas, restaurantes, hotéis até Nutella (creme de chocolate com avelã dos caros) e Rivotril (remédio tarja preta para quem tem Transtorno de Ansiedade).

De acordo com Guilherme, as informações foram repassadas pela organização ‘Fiquem Sabendo’, especializada em acesso à informação pública. As notas fiscais do cartão corporativo da presidência mostram que, nas motociatas do ex-presidente, por exemplo, eram comprados milhares de lanches em supermercados locais, o que indica que os participantes ganhavam ao menos essa recompensa para desfilar ao lado de Bolsonaro.

Além do Rivotril, uma nota fiscal de uma farmácia chamada ‘Drogaria do Povo’, na Asa Norte de Brasília, mostra também que, dentre os gastos de Bolsonaro, está a compra do antidepressivo Lexapro, usado para tratar e prevenir a recaída ou recorrência da depressão e transtorno do pânico. Já sobre alimentos, notas mostram que, além da compra de Nutella, dezenas de quilos de filé mignon aparecem em um só recibo.

Em outra publicação de Guilherme Amado, também foram revelados dezenas de saques em dinheiro vivo. As retiradas feitas na agências do Banco do Brasil do Palácio do Planalto, são de valores que vão de R$ 500 a R$ 1.000. Uma das notas mostra que, no dia 25 de junho de 2021, foi feita uma retirada de R$ 1.000 e, 40 segundos depois, foi realizado um outro saque de R$ 500. O responsável pela transação foi José M. Lucena Filho, um assessor da Presidência.

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Uma dúvida muito frequente que surge em meio a tudo isso é se isso que Bolsonaro fez é correto. A resposta é simples: Não. Isso por que, o cartão serve para a efetivação dos gastos do governo federal com os chamados suprimentos de fundos. São despesas eventuais e excepcionais que não podem ser feitas pelos processos normais (licitações, transferências bancárias etc.) e despesas que precisam ser sigilosas (por exemplo, as realizadas por agentes durante a apuração de irregularidades). Há prazo certo para utilização e comprovação dos gastos.

Existem, inclusive, várias regras que deveriam ter sido seguidas para o uso do cartão durante o governo de Bolsonaro. Muitas de suas compras, por exemplo, deveriam ter sido feitas com o seu próprio salário ou nem deveriam ter sido feitas, eticamente, como o fornecimento de alimento para que pessoas participassem de suas motociatas.


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