Política • atualizado em 08/12/2021 às 11:14

Moro e Doria vão se reunir pela 1ª vez na condição de pré-candidatos ao Planalto

O entorno de Moro admite reservadamente que o campo de articulação política dele é limitado devido à atuação da Lava Jato. (Foto: Divulgação)
O entorno de Moro admite reservadamente que o campo de articulação política dele é limitado devido à atuação da Lava Jato. (Foto: Divulgação)

O governador João Doria (PSDB) e o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos-PR) devem se encontrar nesta quarta-feira, 8, pela primeira vez na condição de pré-candidatos ao Palácio do Planalto. O gesto público de aproximação é visto como positivo por aliados de ambos os lados, mas uma composição ou até mesmo uma aliança entre o tucano e o ex-juiz é considerada como improvável porque ambos não estariam dispostos a abrir mão de sair como cabeça de chapa.

“Vai ser mais um gesto de elegância política, já que as pretensões de ambos são similares. Mas se tiver a possibilidade de uma convergência, ela se dará em torno do Moro, que deslanchou”, disse o senador Alvaro Dias (Podemos-PR). Em entrevista ao Estadão, Doria disse que ele e Moro estarão no mesmo campo, mas não necessariamente na mesma chapa. “Neste momento é importante estar próximo e manter o diálogo com todos os pré-candidatos da terceira via”, disse Wilson Pedroso, coordenador da pré-campanha de Doria.

Ao Estadão, Doria disse que ele e Moro estarão no mesmo campo, mas não necessariamente na mesma chapa. Unidos no discurso antipetista e anti-bolsonaristas, o governador e o ex-ministro se complementam: Doria tem estrutura partidária e a máquina do Estado, mas Moro, que está em um partido pequeno, está melhor posicionado nas pesquisas.

O entorno de Moro admite reservadamente que o campo de articulação política dele é limitado devido à atuação da Lava Jato. Não haveria clima, por exemplo, para uma aproximação com o PSD ou o MDB. Já Doria tem bom trânsito entre emedebistas. A missão de ambos nos primeiros meses de 2022 será costurar um arco de alianças partidárias em um cenário no qual o pragmatismo tende a empurrar as siglas do centro para um dos extremos.

Por Pedro Venceslau – Estadão Conteúdo

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