Que a obesidade é o acúmulo de gordura no corpo, a grande maioria das pessoas sabe, mas e quem tem apenas alguns quilinhos a mais, precisa mesmo perder peso, o famoso “emagrecer por saúde” ou apenas por conta da pressão da sociedade em ser magro? Quem explica é o médico nutrólogo e intensivista José Israel Sanchez Robles, que lembra, a princípio, que essa gordura extra é causada, quase sempre, pela ingestão alimentar ser maior que o gasto energético correspondente no dia a dia.
“Além do consumo excessivo de alimentos, muitos indivíduos carregam consigo de 5 a 7 quilos a mais ao entrar na vida adulta, seja devido a questões pós maternidade, problemas articulares/ortopédicos ou hábitos alimentares desregulados e sedentarismo, entre outras situações. Essa condição representa um risco significativo para a saúde, contribuindo para o desenvolvimento de doenças cardíacas, diabetes, artrite e outras condições médicas boas”, explica o médico.
Apesar disso, José Israel reforça, também, que muitos estudos sugerem que carregar algum peso extra às vezes pode ser protetor na vida adulta. “Para as pessoas que enfrentam doenças graves como câncer ou doença renal avançada, esse acúmulo de peso pode se tornar uma fonte de energia, ajudando-as a tolerar as terapias exigentes”, pontua o especialista, destacando que, tais casos são excepcionais e isolados. É importante compreender que cada situação é única e que o peso saudável e equilibrado continua sendo um objetivo primordial para a saúde geral da população.
Estudos mostram, também, que o índice de massa corporal (IMC) ideal, que acaba liderando muitos “diagnósticos” de obesidade, varia para adultos mais velhos em relação aos adultos mais jovens. “Estudos recentes investigaram os efeitos do IMC mostraram que tanto aqueles com IMC baixo, abaixo de 22, quanto aqueles com IMC alto , acima de 33, enfrentam maior risco de mortalidade precoce em comparação a indivíduos que se encontravam na faixa intermediária do IMC, que varia de 22 a 32,9”, complementa José Israel.
Não se pode negar, também, que a obesidade é um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. E quem tem poucos quilos a mais, pode acabar relaxando com o passar do tempo e ganhar mais peso ou, pior, deixar que alguma doença surja por falta de cuidados.
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O médico alerta, portanto, que por mais saudável que a pessoa seja com poucos quilos a mais, uma rotina saudável e que inclua a prática de exercícios físicos regulares, “nunca é demais”.
“Uma abordagem simples, porém eficaz, para a promoção da saúde é a adoção de práticas alimentares conscientes e a prática regular de exercícios físicos. Optar por evitar o consumo de comidas ultraprocessadas, açucaradas ou fritas em alguns dias da semana, aliado à realização de exercícios, mesmo que leves, com duração de 30 a 40 minutos, já representa uma significativa melhoria para a qualidade de vida e bem-estar pessoal. Essas pequenas escolhas, feitas de maneira consistente, têm o poder de impactar positivamente a saúde geral e ajudar a prevenir diversas doenças crônicas, reforçando a importância de um estilo de vida equilibrado e saudável”, completa o especialista.
José Israel ainda lista que gerenciar o estresse, ter boas noites de sono e fazer exames médicos regulares, são coisas que muitas pessoas deixam de lado, mas que também precisam priorizar. “Eliminar o excesso de peso pode trazer inúmeros benefícios para a saúde. É importante destacar que não é necessário atingir padrões esculturais vistos na internet ou televisão, nem recorrer a dietas extremas e restritivas, que podem acarretar deficiências nutricionais, desequilíbrios metabólicos e impactos adversos na saúde.”
“A melhor abordagem é buscar o acompanhamento de um profissional de saúde, desenvolver hábitos saudáveis gradualmente e investir em sua saúde, visando uma vida mais longa e, principalmente, com melhor qualidade. Cuidar de si mesmo, com equilíbrio e de forma consciente, é o caminho para alcançar bem-estar e desfrutar de uma vida plena”, concluiu o médico.