A Universidade Federal de Goiás (UFG) está realizando um processo seletivo para o curso de Educação Intercultural – licenciatura oferecida no âmbito do Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena e vinculado à Faculdade de Letras (NTFSI/FL/UFG) – com 40 vagas no total. Sendo que dessas, 30 são específicas para mulheres indígenas. O Edital 32/2024 – Tuire Mẽbêngôkre é diferenciado e está sendo viabilizado por meio do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica Equidade (Parfor-Equidade), uma ação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A iniciativa é inovadora no Brasil, pois a UFG é uma das primeiras instituições a promover uma ação afirmativa focada em incentivar e elevar a participação de mulheres indígenas na vida acadêmica. Segundo o documento, das 30 vagas, 15 são destinadas a mulheres indígenas que comprovadamente atuam na educação escolar indígena na rede pública de ensino, sem o título de licenciatura; e 15 são para mulheres indígenas que tenham concluído o ensino médio ou curso equivalente (segundo grau técnico, como é o magistério), também sem o título de graduação em licenciatura.
As outras 10 vagas poderão ser pleiteadas por professores e professoras indígenas que tenham atuado ou estejam atuando na área de educação escolar indígena na rede pública de ensino e demais candidatos indígenas que tenham concluído o ensino médio ou curso equivalente.
O período de inscrição vai ser de 11 de setembro até às 17h de 25 de setembro de 2024, exclusivamente no endereço eletrônico do Instituto Verbena UFG, no Portal do Candidato. O processo seletivo será realizado em três etapas: análise de currículo (classificatória e eliminatória); entrevista (classificatória); e prova de redação (classificatória e eliminatória). Todas as informações detalhadas sobre o processo seletivo estão disponíveis no edital e anexos.
Homenagem
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Segundo o coordenador Institucional do Parfor Equidade e professor do Núcleo Takinahakỹ Luciano Cardenes, o Edital 32/2024 – Tuire Mẽbêngôkre homenageia a liderança também conhecida como Tuíre Kayapó. Ela era ativista do povo Mẽbêngôkre e que faleceu aos 54 anos em agosto deste ano. “A Tuire é um símbolo de resistência e ancestralidade, que ficou mundialmente famosa no ano de 1989, ao manifestar-se contra a construção da Usina Hidrelétrica de Kararaô (que posteriormente foi renomeada para Belo Monte) na ocasião do 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu. A imagem de Tuire encostando a lâmina de um terçado no rosto do então presidente da Eletronorte correu o mundo. Ao produzir uma política de acesso à educação superior para mulheres, o presente processo seletivo celebra a equidade e o legado de Tuire, suscitando o protagonismo das mulheres indígenas no Brasil contemporâneo”, destaca Luciano.
Núcleo Takinahakỹ
O Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena, vinculado à Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (NTFSI/FL/UFG) oferece desde 2006 o curso de licenciatura em Educação Intercultural, direcionado a formar professores indígenas. A graduação possui três habilitações de formação: na área da cultura, da linguagem ou da natureza. Atualmente, o NTFSI atende a cerca de 30 povos indígenas oriundos de 5 estados brasileiros (Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Minas Gerais), totalizando mais de 300 estudantes
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