Com mais de 51 milhões de habitantes, elas já são maioria da população brasileira economicamente ativa, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cada dia mais independentes, as mulheres ocupam hoje papéis desafiadores, ao quebrar paradigmas da diferença entre gêneros, provando que não existe mais tarefa restrita ao sexo oposto. Entretanto, na hora de fazer consertos em casa, elas ainda recorrem aos irmãos, pais e maridos. Não por muito tempo.
Isso porque neste sábado (29/10), ocorreu a 1ª edição do curso Pequenos Reparos Domésticos Para Mulheres Independentes, realizado pela Dinâmica Engenharia no canteiro de obras do Poème Lago das Rosas. Uma equipe de engenheiros e pedreiros ensinou o passo a passo de pequenos reparos que vão desde a troca de lâmpadas até procedimentos mais difíceis, como aplicação de gesso, pintura de superfícies e fixação de revestimentos, tudo de acordo com as normas de segurança.
O curso foi voltado às próprias colaboradoras, assim como às esposas dos trabalhadores, inclusive das obras. E esposa de pedreiro precisa? A resposta está no velho ditado: em casa de ferreiro, o espeto é de pau…“Eles já trabalham o dia todo com obra, e quando chegam em casa, a última coisa que querem é consertar algo. Nesse sentido o curso trará o conhecimento técnico e com isso, mais segurança para elas não se machucarem e terem êxito no que fizerem”, conta o engenheiro responsável pelo curso, Marcello Coelho.
É o caso da dona de casa Irene Maria dos Santos (64), esposa do mestre de obras Heleno Santos, é uma das participantes. Ela que já participou de outros cursos oferecidos pela empresa aos colaboradores, familiares e comunidade está tendo um bom aproveitamento das novas lições. “Foi útil principalmente para eu saber fiscalizar pedreiros quando necessário ou até por a mão na massa eu mesma”, revela.
A família do servente de pedreiro Renato da Silva Souza compareceu ao ambiente de trabalho do pai neste sábado. Mas não foi à passeio, e sim em busca de aprendizado. Dona de casa, Sillane Leandro Santana (35) participou do curso inclusive com o marido, e revela estar empolgada com a oportunidade. “Posso ir adiantando algum serviço em casa enquanto ele trabalha. Assim, quando ele chegar, finalizamos juntos”.
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Para a gestora de recursos humanos da Dinâmica Engenharia, a dificuldade que o público feminino tem com os reparos caseiros tem explicação cultura. “Nós não fomos ensinadas a fazer certas tarefas, como trocar lâmpadas, chuveiros, e fazer pequenos consertos na casa. Nosso papel ficava restrito a funções ligadas à limpeza do lar, à alimentação e cuidados da família”, observa Luciana Lima.