As notícias falsas ganham cada vez mais força nas redes sociais, e de acordo com um estudo realizado pela Universidade de São Paulo, o maior transmissor das fake news são os grupos de família no WhatsApp. Isso mesmo, no aplicativo de conversas sempre tem um parente que divulga informações que deixam aquela pulga atrás da orelha.
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A pesquisa foi feita pelo Monitor de Debate Político no Meio Digital e recebeu questionários respondidos, na internet, por mais de 2,5 mil pessoas. Como referência, os pesquisadores utilizaram as informações replicadas sobre a vereadora do Rio de Janeiro que foi morta no último mês: supostas fotos dela com o traficante Marcinho VP, e também que ela teria ficado grávida dele. O estudo conseguiu identificar as dimensões da distribuição, mas não a origem do conteúdo.
O jornalista Diego Iraheta, especialista em identificar fake news, explica o significado do termo.
“Uma fake news é toda informação que é compartilhada sem as pessoas saberem qual é a sua origem. E essa informação, quando ela foi produzida, seja um áudio no WhatsApp, uma corrente, uma mensagem que as pessoas começam a divulgar e espalhar com uma grande velocidade, essa informação não foi checada. Então, uma fake news pode ser um boato, uma mentira que foi arbitrariamente pensada, por exemplo, por um político para atacar seu adversário.”, disse ele.
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De acordo com a pesquisa da USP, 916 pessoas receberam mensagens que relacionavam a vereadora ao traficante. Dessas, mais da metade responderam ter recebido o conteúdo nos grupos de família do aplicativo, 32% em grupos de amigos, 9% em grupos de colegas de trabalho e outros 9% por mensagens diretas.
O goiano Carlos Ricardo Vasques enfrenta situações de fake news no grupo da família. Ele conta que, na maioria das vezes, o parente acredita e defende a notícia que compartilhou.
“Parece que as pessoas acreditam nisso, tem algo que hipnotiza e elas esquecem de enxergar a verdade. E quando você argumenta e tenta mostrar que a notícia não é verdadeira, a maioria das respostas que a gente vê e acha engraçado é que ‘ah, eu vi no noticiário, eu vi no jornal à noite’. Sendo que a gente está sentado na sala assistindo ao mesmo noticiário.”, explicou.
Na pesquisa, a maior parte de respostas foram de mulheres com mais de 20 anos.
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