Eleições

Pesquisador analisa que ressentimento domina percepção sobre a vida dos brasileiros

A pesquisa Quaest tem buscado entender como os brasileiros avaliam os últimos anos de suas vidas. Segundo o diretor do instituto, Felipe Nunes, há uma clara diferença de percepção entre os grupos analisados.

“Os pretos, as mulheres, os pobres, os nordestinos e os católicos dizem que melhoraram de vida nos últimos 20 anos. Já os evangélicos, pessoas de classe mais alta, os brancos e os homens afirmam que não, que a vida deles não melhorou nesse período”, destacou.

Para o pesquisador, um ponto evidente é o ressentimento entre os grupos. “Há uma percepção claramente dividida entre dois grupos, que, não por coincidência, também são os que votam em lados opostos”, explicou.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Felipe Nunes apontou que essa divisão reflete uma disputa de classe. Ele mencionou um dos questionamentos feitos durante a pesquisa: “Eu só pergunto: imagine aí, aqueles que você acha que melhoraram de vida… eles mereceram melhorar de vida?”. E concluiu: “É impressionante: os brancos, os homens com renda alta do Sul do Brasil — que são os que não melhoraram — olham para o outro lado e dizem que não, que eles não mereceram. Enquanto isso, os pretos, as mulheres e os mais pobres acham que sim, que mereceram”.

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Altair Tavares

Editor do Ciberjornal que sucedeu desde fevereiro de 2025 todo o conteúdo do blog www.altairtavares.com.br . Atuante no webjornalismo desde 2000. Repórter, comentarista e analista de política. Perfil nas redes sociais: @altairtavares